ESG na engenharia: como a sustentabilidade pode ser lucrativa

As práticas sustentáveis — ou ESG — são cada vez mais exigidas pela população, pelo poder público e pelas próprias empresas, quando buscam fechar negócios. Nesse contexto, torna-se essencial entender como aplicar o ESG na engenharia para não perder oportunidades. Porém mais do que uma exigência, a sustentabilidade pode ser positiva para os projetos. 

Isso porque muitas dessas práticas geram economias ou tornam os projetos melhores — indo além da mera preocupação com o meio-ambiente. 

Porém, considerando que esse ainda é um conceito relativamente novo, é compreensível que muitos empresários tenham dúvidas sobre como aplicar o ESG na engenharia. Afinal, quais são os pilares do ESG? Como eles se encaixam na engenharia? Como os profissionais da área podem efetivamente contribuir para um ambiente de negócios mais sustentável?

Nós vamos responder a essas e outras perguntas ao longo do artigo, onde explicamos como — e porque — introduzir o ESG na engenharia no cotidiano da sua empresa, independente do segmento em que ela atua. 

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Os três pilares do ESG na engenharia

A sigla ESG tem origem no inglês e é composta por três pilares: environmental (ambiental), social e governance (governança). Por isso, em português, algumas pessoas traduzem essa sigla para ASG. De qualquer maneira, é interessante observar que, diferente do que muitos imaginam, o ESG vai além da sustentabilidade ambiental

As medidas para preservar o meio-ambiente (ou reparar danos) são parte essencial do ESG na engenharia. Mas economizar recursos naturais e buscar alternativas mais sustentáveis de insumos é apenas uma pequena parte do todo. 

Além disso, precisamos ponderar que o ESG na engenharia inclui desde as pequenas atitudes diárias até os grandes projetos específicos para essa área. O mais importante é compreender que nenhuma ação deve ser isolada. O ESG precisa ser parte integral das estratégias — e pode fazer parte de todos os projetos, em maior ou menor grau. 

Esse pensamento se torna mais claro quando analisamos os pilares do ESG, individualmente:

  • Environmental/Ambiental: Nesse pilar, é importante pensar em reduzir os impactos das atividades empresariais no meio-ambiente, bem como reparar eventuais danos. Isso vai desde o consumo de recursos naturais (como a água), a redução de resíduos ou o menor desperdício de materiais até as propostas de construções sustentáveis, com tecnologias que diminuem o impacto ambiental da engenharia. 
  • Social: Essa é uma área frequentemente ignorada — mas de extrema importância para o ESG na engenharia. Isso porque a engenharia depende bastante de mão de obra, além de gerar impacto para as comunidades onde está inserida. Sendo assim, as empresas podem criar ações para melhorar o cotidiano dos colaboradores, reduzir o incômodo gerado pelas obras na vizinhança ou trazer outros impactos positivos para esses públicos. 
  • Governance/Governança: As empresas de engenharia devem manter a transparência e a ética em todos os seus projetos — evitando a corrupção, assédio moral e outras questões. Também é essencial ter meios para garantir a boa governança, como canais de denúncias, comitês para investigar e corrigir problemas, além de divulgar informações ao público. 

Como você pode observar por esta explicação, o ESG na engenharia é um conceito bastante amplo e que pode ser desdobrado em uma infinidade de ações. Mas, entendendo isso, você já pode começar a pensar em formas de aplicá-lo a sua empresa. 

Como aplicar o ESG na engenharia, na prática?

O primeiro passo para aplicar o ESG na engenharia é fazer uma matriz de materialidade. Não existe uma única maneira de aplicar o ESG, até mesmo porque cada empresa tem estruturas e atividades muito diferentes, que geram impactos diferentes. Sendo assim, é essencial realizar esse estudo para descobrir quais são as questões mais sensíveis para sua empresa e atuar no que realmente importa. 

Dito isso, precisamos reforçar a ideia de que o ESG precisa ser estratégico — tanto no sentido de que ele deve ser parte das estratégias, mas também porque ele precisa ser analisado de forma estratégica. O que queremos dizer com isso é que quaisquer práticas sustentáveis na engenharia precisam ser analisadas, com o acompanhamento de dados. 

Em resumo, é importante escolher um indicador que se deseja melhorar, acompanhando sua evolução ao longo do tempo. Se você quer aumentar o uso de energia renovável nas obras, por exemplo, deve estabelecer uma meta, com prazo para seu cumprimento. 

Só assim é possível garantir que o ESG na engenharia será mais que uma mera promessa — e trará resultados reais, que podem ser divulgados para os stakeholders. 

Exemplos de práticas ESG na engenharia

Uma vez que você compreendeu os três pilares do ESG na engenharia — e já sabe que esses projetos devem ser gerenciados com estratégia —, você talvez já tenha algumas ideias do que fazer. Mas, para deixar isso mais claro, vamos trazer alguns exemplos reais, nas três áreas.

Ambiental

Essa talvez seja a área mais sensível para a engenharia, uma vez que suas atividades geram diversos impactos ambientais, especialmente para as pessoas que estão próximas das obras. Pensando nisso, há muitas atividades que você pode realizar para diminuir esses impactos ou até mesmo para gerar reflexos positivos. 

  • Gestão de água, com metas de economia desse recurso nas obras e tecnologias para diminuir o uso de água. 
  • Uso de energias renováveis, incorporando painéis solares em construções e evitando o uso de geradores poluentes em obras. 
  • Gestão de resíduos, diminuindo o desperdício de materiais, além de garantir que todo lixo terá o destino correto.
  • Usar insumos sustentáveis, como produtos reciclados e biomassa, além de diminuir o uso de insumos prejudiciais ao meio-ambiente, como eram as telhas de amianto.

Social

Nesse pilar, nós precisamos pensar em todos os públicos que podem ser impactados por suas atividades — mesmo que eles não sejam clientes diretos. Dos colaboradores aos vizinhos das obras, você pode realizar diversas ações importantes na área social. 

  • Ações para educação dos colaboradores, especialmente aqueles em situação social menos favorecida, que trabalham no chão de fábrica ou na mão de obra.
  • Garantir a equidade de gênero, em oportunidades e salários, principalmente quando consideramos que a engenharia era uma área predominantemente masculina. 
  • Oferecer benefícios para a região das obras, se elas causam algum tipo de incômodo — como barulho excessivo, poeira, poluição, ou mudanças no trânsito. Você pode criar um pequeno parque ou praça junto à obra, por exemplo. 

Governança

Como diz o ditado, “à mulher de César não basta ser honesta; ela deve parecer honesta”. Por isso, você deve sinalizar que ações sua empresa realiza para garantir que todo trabalho é feito com a maior ética e transparência. 

  • Ter procedimentos claros para prevenir casos de corrupção, assédio moral e sexual, entre outras questões, começando por um código de conduta para os colaboradores.
  • Criar canais de denúncia para essas questões, bem como comitês para apurar todas as denúncias e corrigir os problemas identificados.
  • Publicar relatórios de sustentabilidade, detalhando suas ações em todos os pilares para os stakeholders. Acionistas e clientes sempre fazem questão de acompanhá-los. 

O impacto do ESG no marketing e nos lucros

Chegando ao final do artigo, precisamos ponderar que todas as ações descritas acima exigem investimento — tanto em materiais, quanto em pessoal. Entretanto, elas podem ser bastante lucrativas, uma vez que abrem portas para outras oportunidades, funcionam como marketing positivo, podem valorizar seus empreendimentos e até gerar economias.

A educação dos colaboradores, por exemplo, pode reduzir muito seus custos com rotatividade e contratação. Então, mais do que mera preocupação ambiental, o ESG na engenharia se torna uma questão estratégica para melhorar o desempenho da empresa. 

Mas é nítido que divulgar essas ações é extremamente importante, no contexto do marketing  para engenharia.

Não é o ESG que vai captar clientes para sua construtora — existem outras ferramentas mais eficientes que se concentram nesse objetivo. Mas o ESG é muito eficiente para convencer os clientes a fechar negócio — até porque muitos nem negociam com empresas que não levam isso a sério. Esse marketing positivo do ESG também ajuda na atração de talentos. Pensando nisso, não deixe de divulgar suas ações nas comunicações com clientes, nas redes sociais e em outros canais. E se precisar de qualquer serviço nesse sentido — seja para criar o site da sua empresa, criar conteúdos de mídia social, anúncios, etc… — conte com a BuildV.